Parque Nacional do Iguaçu

07-11-2010 21:18

A Mata Atlântica que antes cobria mais de 1,3 milhão de km² distribuída ao longo de 17 estados brasileiros está restrita hoje a apenas 7,3% desse total (Fundação SOS Mata Atlântica). O que restou encontra-se, atualmente, em pequenas áreas isoladas, dentre elas as Unidades de Conservação.

 

 

 

Até a década de 60, o oeste paranaense mantinha-se bem preservado, a partir daí, o processo mais intenso de devastação foi isolando o Parque Nacional do Iguaçu e, já em 1980, este estava praticamente ilhado, em situação similar à região da Serra do Mar paranaense.

Atualmente os dois são os maiores remanescentes florestais do estado. Em 1542, o explorador espanhol Alvar Nuñez Cabeza de Vaca se deslocava rumo ao Paraguai, quando se deparou com a grandiosidade das quedas d’água no rio Iguaçu, ele foi o primeiro homem branco a conhecer a região, onde na época viviam apenas os índios tupi-guaranis. Anos se passaram até que um ilustre visitante esteve na região e contribuiu muito para a criação do Parque do Iguaçu, foi o “Pai da Aviação” Alberto Santos Dumont, ele visitou as Cataratas em 1916, e diante de tamanha beleza, solicitou ao governador da província que nessa área fosse criado um Parque.

Após 23 anos, em 10 de janeiro de 1939, foi criado o Parque Nacional do Iguaçu através do decreto lei nº 1.035, este foi o segundo parque nacional brasileiro a ser criado e atualmente sua área total é de 185.262,2 ha. Em 1986 recebeu o título, concedido pela UNESCO, de Patrimônio Natural da Humanidade.
O Parque Nacional do Iguaçu teve seu primeiro Plano de Manejo elaborado em 1981, tendo sido revisado somente no ano de 1999. 

O Parque protege toda a bacia do rio Floriano, um dos afluentes do rio Iguaçu, uma raridade no sul do Brasil pela qualidade da água, suas nascentes ficam próximas à rodovia BR-277, entre Céu Azul e Santa Tereza. O Parque representa um patrimônio genético riquíssimo, protegendo uma grande parte da Floresta Estacional Semidecidual, sendo que nas porções altas, a mais de 800 metros do nível do mar, pode ser encontrada a Floresta Ombrófila Mista, ou Mata de Araucária. Quanto a biodiversidade de fauna, foram registradas 257 espécies de borboleta, porém estimasse que existam cerca de 800, mamíferos foram catalogados 45, anfíbios 12, serpentes 41, lagartos 8, peixes 18 e 200 espécies de aves.

Toda essa riqueza que o Parque abriga está ameaçada. A caça predatória e clandestina, a extração ilegal de palmito, a retirada de madeira e lenha, o uso de agrotóxicos próximo a rios que adentram o Parque, o desmatamento da mata ciliar, afetam todo o ecossistema. Há pouca sensibilização quanto a provável extinção de muitas espécies da flora e da fauna que dependem da existência e integridade do Parque.

No Parque Nacional do Iguaçu é possível conhecer uma das mais espetaculares cataratas do mundo. As Cataratas do Iguaçu estendem-se numa frente semicircular de 2.700 metros de extensão, dos quais 800 metros estão do lado brasileiro e 1.900 metros do lado argentino. São compostas por um número variado de saltos e quedas que oscila entre 150 e 270, de acordo com o volume de água do rio. A altura máxima das quedas é de 80 metros. Os saltos têm nomes próprios como Floriano, Deodoro, Benjamim Constant, mas, o mais famoso é a Garganta do Diabo. As rochas do ParNa Iguaçu se originaram de processos vulcânicos, na realidade, trata-se do chamado vulcanismo de fendas que ocorreu na região entre aproximadamente 165 a 120 milhões de anos.

São 14 os municípios localizados no entorno do Parque, Capanema, Capitão Leônidas Marques, Santa Lúcia, Lindoeste, Santa Tereza do Oeste, Diamante do Oeste, Céu Azul, Mateländia, Ramilândia, Medianeira, Serranópolis do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e Foz do Iguaçu.

 

 

O Parque Nacional do Iguaçu (ParNa Iguaçu), com mais de 185.000ha de um imponente complexo vegetacional, é a maior área natural protegida no domínio da Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo. O Setor de Proteção do ParNa Iguaçu tem a função de proteger esse tão importante Patrimônio Natural da Humanidade, contra ações que prejudiquem a integridade de seu ecossistema, tendo como alvo principal o combate a extração de seus recursos biológicos, como a caça, a pesca e a retirada do palmito-juçara (Euterpe edulis).
Para tanto, por meio de um convênio com a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná, em conjunto com a 
Polícia Florestal, são realizadas ações de fiscalização no interior e entorno do parque.

Além da rotina de fiscalização, também são realizadas outras operações, como a Operação Binacional, que ocorre em conjunto com o Corpo de Guarda-parques Argentinos, responsáveis pela proteção do Parque Nacional Del Iguazú (AR). São quatro dias de patrulha no rio Iguaçu e suas margens onde ele é a fronteira entre os dois países e os dois parques, mas não um limite para a natureza e para aqueles que agem contra ela.

 

Para a proteção da unidade, o ParNa Iguaçu conta também com o apoio do Núcleo de Operações Aéreas do IBAMA (NOA) utilizando-se dos helicópteros deste núcleo para a realização de fiscalização aérea e de operações no interior do parque, em áreas em que o acesso por terra é difícil. Além de contar como o apoio de empresas particulares, como a Ilha do Sol Agência de Viagens, e a Helisul táxi aéreo, que também são parceiros na realização de algumas operações.

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